sábado, 24 de novembro de 2007

Poesia-Manifesto Indianista

Com a força de Tupã

Sou Arapuã, filho do Sol e da Lua,
cunhado pelas mãos da Pachamama.
De noite, ando rápido como um jaguar,
de dia, vôo alto como um condor.

Sou cacique do povo Guarani,
tenho a sabedoria do pajé
e a força do guerreiro.
Meu cocar é de penas de arara e de tucano.

Escondo-me no nevoeiro
e, com a minha lança,
luto contra meus inimigos,
impiedosos forasteiros que vêm nos saquear.

Sou sábio, sagaz e veloz.
Meus olhos são como os da aguia e corro como um puma.
Com o rosto pintado com urucum,
vou a guerra.

Sou forte e bravo,
guerreiro com a força de Tupã.
Ao cair da noite, como aipim à beira do fogo,
conto estórias, transmito tradições.

Kaingang, Guarani, Yanomami,
Terena, Xoclén, Karajá e Pataxó
todos unidos.

Os inimigos invadem nossas terras
e querem construir usinas.
Tamanha covardia!

Seus operários maltratam nossas índias,
põem fogo na mata e caçam os animais.

Que Tupã nos dê sua força
para lutar e destruir nossos inimigos.
Só assim a lança triunfará e
libertará os índios.

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